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Este microbook é uma resenha crítica da obra: The woman in me
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5393-280-7
Editora: Buzz
O caminho para Britney Spears ser uma estrela começou na infância. Só que antes da fama, ela era uma criança comum, que gostava de se esconder nos armários da casa de sua tia. Ela conta que essa era uma das formas que encontrou para chamar a atenção da família.
A outra era cantar e dançar. Ela aprendeu cedo. Aos três anos, já fez uma apresentação da canção de natal “What Child Is This”, na creche regional de sua mãe. A música era uma forma de conforto.
O som interrompia o barulho e trazia confiança, levando-a a um lugar puro, no qual podia se expressar exatamente como queria. Com só dez anos, já se apresentou no programa Star Search, onde não teve muito sucesso. Britney teria um gosto de carreira profissional ao conseguir a aprovação nas seletivas do programa “O clube do Mickey”.
Ela tinha 11 anos. Foi no programa em que fez amizade com um garoto chamado Justin Timberlake. Outras futuras estrelas, como Christina Aguilera, também faziam parte das crianças nas seletivas. Pela primeira vez, teve a oportunidade de mostrar seu talento para o mercado musical, ao interpretar “I have nothing”, canção de Whitney Houston.
Isso a tornou uma pequena promessa na música. Aos 15 anos, gravou uma fita demo que a credenciou ao primeiro contrato profissional, com a gravadora Jive Records. Larry Rudolph, um advogado amigo de sua mãe, assumiu o papel de empresário. No ano seguinte, ela fez sucesso mundial emplacando a música “...Baby one more time”.
Em 1999, Britney lançou o álbum que tinha o mesmo nome da música. Ele vendeu dez milhões de cópias rapidamente. De repente, ela passou de uma criança que se apresenta em programas de calouros para a princesa do pop. Na mesma época, Justin Timberlake também começou a engatar uma carreira musical.
Ele fundou uma banda chamada NSYNC, junto com outro ex-participante de O clube do Mickey. Quando Britney começou a fazer sucesso, ela saiu em turnê com seus antigos colegas do programa. Lá, teve a oportunidade de se aproximar de Justin e acabou se apaixonando por ele.
As jovens estrelas engataram um romance. Britney se sentia patética de tão apaixonada. Ainda assim, sentiu um gosto amargo ao ver como a imprensa tratava o casal. Os apresentadores de talk shows faziam perguntas mais sérias e profissionais para Justin.
Mas o tratamento com Britney era diferente. As perguntas eram objetificadoras. Ela ouvia questões desagradáveis sobre seus seios, com as pessoas querendo saber se ela tinha ou não feito cirurgia plástica. A pressão cresceu com a popularidade. Ela também se incomodou com a presença de homens mais velhos na plateia.
A cantora passou a se sentir uma espécie de Lolita, fetichizada por parte do público. Ela ainda sofria críticas, com um segmento da imprensa vendo-a como pouco original ou talentosa. Lidava com comentários ácidos, de pessoas que achavam que ela só fazia sucesso por ser bonita. Caía no cruel estereótipo da “loira burra”.
Para lidar com as reações, começou a tomar Prozac, um medicamento para ansiedade e depressão. Sua vida piorou quando ouviu boatos sobre possíveis traições de Justin. Ela viu as informações nos tabloides. Depois, um dos dançarinos confirmou a infidelidade do músico.
Só que ela estava tão apaixonada que não julgou ser razão suficiente para um rompimento. Ainda assim, Britney não fez questão de manter a fidelidade. Ela traiu Justin com o coreógrafo Wade Robson, conhecido na mídia por acusar Michael Jackson de pedofilia na adolescência.
Depois, ela confessou a infidelidade ao namorado. Acreditou que, apesar dos erros, a paixão seria capaz de mantê-los juntos. A certa altura, Britney engravidou. A princípio, foi uma surpresa, mas não uma tragédia. Afinal, amava perdidamente Justin e gostaria de ter um filho com ele. No entanto, o cantor não ficou nada feliz.
Ele a convenceu a abortar. Britney não queria decepcionar Justin ou forçá-lo a ser pai sem vontade. Por isso, topou não ter o bebê. Ela abortou em casa, secretamente, com pílulas. A cantora conta que sofreu com dores intensas. Foi a sensação mais agonizante que já sentiu.
Sua vida piorou quando Justin começou a gravar Justified, seu primeiro álbum solo. O cantor ficou misteriosamente distante. Depois de um tempo, ele terminou o relacionamento por mensagem de texto.
Britney foi pega de surpresa. Seu amor por Justin era grande e, por isso, sentiu-se destruída. Ela conta que ficou com dificuldades de falar durante meses, imersa no luto afetivo. Por isso, pensou em abandonar a carreira. Quando o ex-namorado lançou “Cry me a river”, a situação piorou ainda mais para ela.
No clipe, uma mulher parecida com Britney trai Justin, o que o faz vaguear tristemente sob a chuva. O público interpretou como uma indireta à cantora. Ela conta que a imprensa a retratou como uma prostituta que partiu o coração do garoto mais querido dos Estados Unidos. Na verdade, Britney estava com o coração despedaçado enquanto Justin desfrutava da popularidade.
Depois do que passou com Justin, Britney começou a procurar outro tipo de relação. Foi quando conheceu Kevin Federline, um dançarino com fama de bad boy. A química foi quase imediata. O novo amor fazia com que ela se sentisse segura, protegida. Depois de acompanhá-la em uma turnê, Kevin pediu a cantora em casamento.
Já passamos da metade do microbook e Britney conta que ela aceitou o pedido. Logo, viraram um casal e tiveram dois filhos. Só que o novo casamento não durou muito. Kevin se deslumbrou com a fama. Ele começou a se afastar e a ficar obcecado pelo glamour. Tornou-se um pai e um marido cada vez mais ausente, o que incentivou Britney a pedir o divórcio. A imprensa, novamente, foi cruel com ela.
A cantora continuou a ser alvo. Os jornalistas retratavam sua vida noturna de forma distorcida, como se fosse muito mais tumultuada do que realmente era. Britney conta que nunca teve problemas com drogas pesadas ou álcool. Seu único vício era em medicamentos para ansiedade, como o Adderall.
Afinal, servia como um alívio temporário à devastação emocional provocada pelas críticas e pelos amores malsucedidos. Ela conta que episódios polêmicos, como quando atacou o carro de um fotógrafo, tinham relação com essa instabilidade. Para piorar, Kevin pediu a guarda unilateral dos filhos. Depois, ele os levou embora e deixou a cantora algumas semanas sem vê-los.
Foi o estopim. Britney perdeu o acesso aos filhos. Implorava para vê-los, mas Kevin não cedia. Os pais exerciam uma pressão opressiva sobre ela, tentando tirá-la da vida de festas. Ela estava isolada. Então, em um acesso de revolta, raspou o cabelo. Abandonou os padrões de imagem fetichizados pelo público. Deixou, pela primeira vez, de ser a menina boazinha.
No meio dos seus acessos, seu pai, Jamie, conseguiu a nomeação para ser seu curador legal. Por isso, passou a tomar conta do seu dinheiro e de sua vida pessoal. Todas as suas atividades foram monitoradas. Ela passou a precisar de aprovação para sair ou conviver com alguém.
A curatela é um procedimento reservado a pessoas mentalmente incapazes de cuidar de si mesmas. Mas para Britney, isso foi um erro. Ela estava plenamente funcional. Lançou o grande álbum de sua lucrativa carreira, o Blackout. Ainda assim, defende que seu pai armou para conseguir a curatela.
É possível ter um curador por alguns meses. Ele cuida da vida de alguém enquanto a pessoa volta aos eixos. Depois, ela retoma o controle da própria vida. Mas, para Britney, não é o que seu pai queria. Ele era mais ambicioso e só se importava com o dinheiro. Com a curatela, passou a monitorar cada movimento da filha.
Britney nutre ressentimento de seu pai. Ela conta que nos momentos que mais precisou, ele não estava presente. No entanto, quando teve a oportunidade de tocar no dinheiro, tornou-se uma figura prestativa para os tribunais.
A curatela sugeriria que a filha não tinha capacidade de fazer coisas básicas, como se alimentar ou dirigir. Só que Britney foi forçada a fazer uma extenuante turnê mundial.
Ela expressa uma revolta enorme pela contradição de ser considerada incapaz demais para escolher o próprio namorado, mas capaz o suficiente para enriquecer o pai. Esse acordo durou até 2021. Durante todo esse tempo, Britney sentiu sua vida, privacidade e liberdade serem destruídas. Ela acusa seu pai de usá-la como um meio para ficar rico.
Era vigiada todos os dias, tomando remédios pré-dosados. Seu celular era controlado pelo pai. Apesar de ter construído uma fortuna, não tinha acesso a ela. Na maior parte do tempo, vivia com uma mesada de 2 mil dólares por semana. Só que ela não podia comprar o que queria. Se quisesse adquirir qualquer coisa, precisava da permissão do pai.
Ele regulava sua alimentação e dizia constantemente que ela estava gorda. Britney não podia sair ou dirigir. Era proibida de tomar banho sozinha. Sequer podia fechar a porta do próprio quarto. Em alguns meses, foi obrigada a se internar em uma instituição psiquiátrica, ingerindo lítio sob prescrição. Só podia ver televisão uma hora por dia, antes de dormir.
Só que foi na clínica que sua vida mudou. Uma das enfermeiras mostrou vídeos dos fãs que se envolveram no movimento “#FreeBritney”. Eles questionaram a curatela e acusaram o pai de explorar a filha para lucrar. Britney conta que esse foi o evento mais importante de sua vida. De repente, ela passou a se sentir apoiada. Estava mais forte.
A força do movimento trouxe o debate sobre a curatela à tona. Isso deu força para que Britney entrasse em uma batalha judicial contra os abusos do pai. Com ajuda das redes sociais, encontrou um novo advogado. Entrou com uma petição e conseguiu, finalmente, livrar-se da curatela.
Britney sentiu um alívio indescritível. Finalmente, era uma mulher livre. Mas o dano familiar foi irreversível. Ela decidiu se afastar da família. Acredita que sua mãe, Lynne, errou gravemente ao ser indiferente às suas dificuldades psicológicas no início da curatela. Também diz que sua irmã, Jamie Lynn, usou a fragilidade da cantora para conseguir popularidade.
Jamie lançou um livro de memórias, no qual conta sua versão sobre a vida de Britney. No entanto, a cantora conta que as histórias são falsas e nutre ressentimento da irmã por isso. Nos meses seguintes, ela tentou reconstruir sua vida, dia após dia. Teve que reaprender a cuidar de si e a se divertir.
Seu foco agora é ser gentil consigo e fazer as coisas no próprio ritmo. Ela cria músicas para se divertir. Por enquanto, não pensa em gravar nada. A exceção é uma colaboração com Elton John, lançada em 2022. Britney decidiu reservar um tempo para curtir a liberdade. Ela quis escolher quem deixar por perto.
Agora, é só ela tentando se curar. Finalmente, pode fazer o que quiser. Para ela, liberdade significa ser boba. Divertir-se nas redes sociais ou ignorá-las quando der vontade. É sobre cometer erros e seguir em frente. É também não ter a obrigação de se apresentar. Significa ter espaço para ser imperfeito e para buscar alegria do seu jeito.
A mulher em mim é o relato de Britney Spears, cheio de revolta e franqueza, sobre os dias mais difíceis de sua vida. É um alerta contra relações familiares tóxicas, violência psicológica e abuso financeiro. Levanta questões sobre saúde mental, estrelato infantil, pressão estética, ganância e injustiça na aplicação de leis de interdição.
Relações familiares tóxicas causam uma marca na autoestima, na forma de lidar com o medo e na saúde mental. Em “Pare de tentar. Comece a fazer”, a psicóloga Julia Kristina pincela algumas noções de psicologia cognitiva, municiando os leitores de ferramentas para lidar com os fantasmas internos. Veja no 12 min!
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Britney Spears, ícone pop multiplatina e vencedora do Grammy, é uma das artistas mais famosas e bem-sucedidas da história da música, com mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo. Em 2021, ela foi nomeada uma da... (Leia mais)
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